Não importa o dado, a afirmação, o axioma e a certeza, sempre haverá alguém para se opor, como o último mártir do contra, o iluminado, o solucionador de problemas do mundo.

Ainda que fossem todas as pessoas felizes e honestas, ainda que vivêssemos em um mundo utópico de sonhos realizados, haveria um vago calhorda, um triste irrealizado, patife insatisfeito que poria tudo a prova, questionaria o bem em perfeita harmonia.

Tantos abraços longos, calor fraterno e sorrisos largos, já sem brilho devido ao uso abusivo.

O poeta do contra só sabe dizer que não confia no vento que acalma, no mar que agita, no amor que se rompe e em pessoas felizes, nem em quem finge ser feliz, pois perigosos lhe parecem.

Uns poetas fogem da alegria do mundo.
Outros a enxergam e a descobrem todos os dias.
É uma questão de escolha, de poesia.
De… de alegria.

O ópio do poeta muitas vezes é o lirismo.

Programador, sonhando em ser escritor e falhando em ser humorista.